sábado, 16 de janeiro de 2016

A História das Abelhas em nosso planeta.

 As abelhas existem há milhões de anos. Muitos dos povos primitivos conheciam as abelhas e utilizavam seus produtos e derivados.

   Os egípcios são considerados os primeiros apicultores, uma vez que 2.400 anos antes de Cristo já criavam abelhas em colméias de barro. Até hoje o povo egípcio mantém uma dança típica denominada “Passo da Abelha”.


AS ABELHAS nas AMÉRICAS antes de CABRAL

   Antes do “descobrimento” e da conquista das Américas, o uso de produtos de abelhas sem ferrão, e, em alguns casos, a sua criação, fazia parte dos costumes socioculturais, inclusive alimentares, medicinais, ritualísticos e comerciais de muitos povos indígenas da América. Ou seja, já eram conhecidas e domesticadas pelos povos pré-colombianos. 
   É o caso dos indígenas Maia de Yucatán (na América Central) que, segundo documentos escritos, antes da chegada dos espanhóis já possuíam os chamados jobones (colméias em troncos ocos recortados), de onde o mel e a cera de abelha eram extraídos. 
   Mas, tradicionalmente, diversas comunidades indígenas brasileiras também faziam uso destas abelhinhas; é o caso dos Kayapó, que demonstraram ter um interessante sistema de identificação, manipulação e de semidomesticação de abelhas sem ferrão.



   Até o ano de 1840, as abelhas existentes no Brasil eram somente as chamadas nativas, indígenas ou meliponíneos, cuja diversidade (ainda) é muito grande. Em todo o “Novo Mundo”, antes da introdução da cana-de-açúcar e da abelha européia (Apis mellifera ), a principal fonte de adoçante era o mel das abelhas sem ferrão. A quantidade de abelhas sem ferrão era tão grande no Brasil que muitos rios foram chamados pelos portugueses de “Rio das Abelhas”, também conhecidos pelos
sertanistas brasileiros como “Rio das Velhas”.

"Calendário MAIA onde as escritas em destaque fazem referências às Abelhas Nativas"
O MEL no PERÍODO da COLONIZAÇÃO
   
   O Padre Anchieta foi o primeiro dos viajantes a registrar a abundância do mel e das espécies de abelhas existentes no Brasil, e diz: Encontram-se quase vinte espécies diversas de abelhas, das quais umas fabricam o mel nos troncos das árvores, outras em cortiços construídos entre os ramos, outras debaixo da terra, donde sucede que haja grande abundância de cera. 
   Usamos do mel para curar feridas, que saram facilmente pela proteção divina. A cera é usada unicamente na fabricação de
velas. 


   No México, depois da conquista espanhola, a abelha nativa denominada Xuna'an Kab (Melipona beecheii), “domesticada” pelo povo Maia, foi utilizada intensamente para responder aos propósitos dos espanhóis, que monopolizaram a sua produção impondo fortes tributos aos próprios indígenas que as criavam, impostos estes que eram pagos com o mel e a cera, exportada principalmente para Europa.

Melipona beecheii (Bennett, 1831)
A CHEGADA das ABELHAS “EUROPA”
   As primeiras colméias enviadas para a América Central e do Sul, provavelmente ao Brasil, em fins
do século XVIII, procederam da Espanha e de Portugal. Foi em 1838 que o padre Manoel Severiano (e em 1839, o padre Antônio Carneiro Aureliano) introduziu no Rio de Janeiro a abelha européia: alemã ou negra (Apis mellifera mellifera ) e austríaca (Apis mellifera carnica ), ambas procedentes do Velho Mundo; porém, não com o propósito de produzir mel, mas, sim, para produção de velas de cera, necessárias para as missas da Corte. 
   Por serem originárias de países que apresentam inverno rigoroso, estas abelhas tinham o hábito
de estocar alimento em quantidade para hibernar (dormir) durante as estações mais frias do ano.
Elas se adaptaram muito bem ao clima brasileiro, aumentando as suas populações de forma
acelerada e, ainda que possuam ferrão, são abelhas muito mansas, dóceis e de fácil manejo. Entre os anos de 1845 e 1880, novas colônias foram introduzidas por imigrantes italianos e alemães, que se estabeleceram no sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná) e sudeste do país (São Paulo). No final do século passado, foi a vez da introdução da abelha italiana ou amarela (Apis mellifera
ligustica ), que também tem ferrão.

AS PERIGOSAS “AFRICANAS”
    
   As abelhas africanas nativas estão distribuídas amplamente do ponto de vista geográfico, ocupando
todo o território da África, compreendido entre o Sahara e o Kalahari. Abelhas africanas da espécie
Apis mellifera scutellata são bastante produtivas, porém, muito agressivas. Em 1956, o Dr. Warwick E. Kerr trouxe da África, para fins científicos, cerca de 50 abelhas rainhas africanas e as introduziu em Piracicaba, interior de São Paulo. Cerca de um ano depois, 26 enxames com suas respectivas rainhas, escaparam acidentalmente e acabaram cruzando com as espécies de abelhas européias aqui introduzidas no século XIX.


                       EUROPÉIAS                                                                            AFRICANAS 


   Deste cruzamento surgiram populações híbridas denominadas de “abelhas africanizadas” que, hoje, dominam a América do Sul e quase todo o continente americano, causando grandes problemas para a apicultura nacional. Muito agressiva, porém menos do que a
africana, a abelha africanizada tem grande facilidade de enxamear e migrar. Tem alta produtividade, rusticidade, tolerância a doenças e adapta-se a climas mais frios, continuando, inclusive, o trabalho em temperaturas baixas, enquanto as européias se recolhem nessas épocas.
   A variabilidade genética dessas abelhas é muito grande, havendo uma predominância das características das abelhas européias no sul do país, enquanto ao norte predominam as características das abelhas africanas.
   As abelhas africanizadas são temidas pelas suas ferroadas quando atacam, representando perigo (de acidentes) para o ser humano. O seu manejo exige um bom treino profissional e equipamentos especiais de proteção.

VOCÊ SABIA?
     Antes da colonização do Brasil, as abelhas sem ferrão eram as únicas produtoras de mel e as  principais polinizadoras da flora e das matas nativas. As abelhas africanas e seus híbridos com as
abelhas européias são responsáveis pela formação das chamadas abelhas africanizadas, que hoje dominam toda a América do Sul. Elas não existiam originariamente nas Américas. Elas foram introduzidas durante a colonização.
     O ferrão pode causar reações alérgicas em pessoas sensíveis. Dependendo do número de ferroadas, chega a ser fatal. O enxame pode atacar e provocar a morte de animais. Por ser muito agressivo, pode apresentar risco para as pessoas. No início da conquista, as abelhas nativas da América do Sul eram consideradas venenosas pelos colonizadores portugueses. A cana-de-açúcar chegou ao Brasil no século XVI, junto com os portugueses e, pouco a pouco, foi substituindo o uso de mel como adoçante.

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