quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Transferência de Abelhas Borá (Tetragona Quadrangula) - PARTE 3

Constatada a infestação dos FORÍDEOS !!!!!!!! :(

   Hoje é o 5° dia após a transferência e os forídeos estão à todo vapor. Neste caso não há muito o que se fazer quando se trata da espécie Tetragona Quadrangula, pois como já foi dito, são muito sensíveis e vulneráveis ao ataque destes.
   Tomei a iniciativa de retirá-las assumindo o risco que corria, de perder esta colônia, que é um pouco comum na minha região, porém esta eu fui buscar à 80km do meliponário, estava abandonada e a minha intenção era salvá-la, mas a natureza mostra que, na cadeia alimentar tanto dos animais quanto dos insetos, a intervenção do homem às vezes pouco pode fazer, à não ser piorar as coisas.
   Fico bastante chateado quando perco uma colônia de ASF (Abelha Sem Ferrão), esta seria a segunda perda desde que comecei minhas atividades como meliponicultor e ainda não me acostumei com a ideia.



   Mas não me dei por vencido ainda..... ontem à noite preparei uma nova caixa (medidas 20x20) e hoje à noite irei tentar a técnica de salvamento que consiste em abrir a caixa à noite dentro de uma sala fechada para que os forídeos fiquem presos dentro da sala, para depois matá-los, o ambiente precisa ter pouca luz para que as abelhas não voem até a lâmpada.
   Vou tentar resgatar algum quadro de cria e transferi-lo para outra caixa, sugar algumas abelhas com o sugador que fiz na noite passada com a ajuda de um vídeo postado no youtube (Nelson Lima).

   Para esta última tentativa dar certo, preciso achar os quadros de crias nascentes que não estejam contaminados, pois quando se tem uma colônia matriz, retira-se desta para doar à colônia doente.... mas não é o meu caso, pois só "tinha" esta do tronco. Junto com as campeiras e os quadros de crias nascentes, será necessário encontrar a rainha, tarefa bem difícil pelo fato de existirem muitas abelhas na caixa e tudo deve estar uma bagunça por conta da infestação dos forídeos.

SURPRESA !!!!!!
   Peguei os apetrechos e fui correndo para a caixa assim que anoiteceu.... aparentemente, do lado de fora parecia tudo normal e não havia nenhum mosquito sentado na caixa. Decidi então abrir a caixa antes de qualquer coisa, pois até então o ataque parecia não estar em um estágio tão avançado. 



   As abelhas estavam trabalhando normalmente, porém, retirando algumas larvas que poderiam ser de abelhas e também de forídeos quando as observei na parte da tarde.


NENHUMA LARVA!!!!!!
   Não avistei nenhuma larva para a minha surpresa e os discos que estão aparecendo estão em perfeito estado, aparentemente intactos.
   Elas estão bem adiantadas.... 5 dias de trabalho !!! Estava muito limpo e observei na lixeira 2 larvas mortas, retirei com a ajuda de um formão e observei em volta algumas pupas de forídeo. Retirei todas que vi, e coloque uma camada de sal em cima da lixeira.


   Coloquei um pote com um pouco de mel delas mesmas, tampei e troquei todas as fitas da caixa, lacrando tudo novamente para se caso tivesse pupas nas frestas elas saíssem grudadas na fita..... e saíram muitas.

Pupas de Forídeos (Pseudoypocera kerteszi)
   Estas conseguiram esconder nas frestas e as abelhas não conseguiram tirar. Saíram grudadas na fita, coloquei a fita dentro do pote para analisar o comportamento destes quando nascerem.

"Meliponicultura é assim, quando você acha que sabe tudo e exatamente o que fazer, as abelhas mostram que somos apenas curiosos observando a beleza da natureza!!!"




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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Transferência de abelhas Borá (Tetragona Quadrangula) PARTE - 2

   Hoje fazem 4 dias da transferência realizada das abelhas Borá para caixa racional.
Venho observando-as atentamente sempre que possíve, mas não como no final de semana, que fiquei quase 24h de plantão!!

   Elas roeram a camada de cera alveolada que eu havia colocado na entrada logo no segundo dia e começaram a limpeza da nova morada, colocando os restos de cera e crias que foram mortas na transferência pra fora.


Logo no segundo dia já haviam feito um buraco no lacre com 3 camadas de cera alveolada.

A principio parecia correr tudo bem, mais o medo de que os forídeos atacassem me rondava, deixando-me inquieto!!!

Logo no terceiro dia, observando as abelhas fazerem a limpeza, notei que elas estavam colocando algumas larvas para fora da caixa.... fiquei perplexo, ao que me parecia eram larvas de FORÍDEO !!!!!!!!!!!!!!!


Abelhas limpando a nova morada.

   De imediato peguei um pote de sal (NaCL) e fui logo fazer uma inspeção interna. Para minha surpresa não notei larvas nas paredes internas e nem por cima dos quadros de cria como eu havia observado em outras ocasiões de ataque de forídeos. O interior estava bem limpo e havia muita abelha, o que não deu pra notar a presença das moscas... fiquei atento somente para as larvas.

   Estou na dúvida se seriam mesmo larvas de FORÍDEO !!!

   Elas já fizeram um pote para armazenar alimento e observei algumas entrando com pólen, e também já edificaram a entrada que ainda possui um pouco de cera alveolada, que deixarei para elas tirem sozinhas.

   Fico me perguntando se, caso sejam larvas de forídeos, elas teriam a capacidade de exterminá-las sozinhas.. pois existem muitas campeiras, cerca de 400 mais ou menos.


Observe as abelhas do canto esquerdo da entrada, estão colocando larvas pra fora, seriam de FORÍDEOS ???
   Eu havia usado fita micro-pólio para lacrar a caixa em algumas frestas, e elas, roeram a fita abrindo diversos buracos. O que me deixou na dúvida em relação às larvas serem de forídeos ou não. Substitui as fitas por esparadrapo, esta elas não conseguem roer tão facilmente.


Larva retirada pelas abelhas.... 
   Pensei em colocar uma armadilha no interior da caixa para pegar os forídeos, mas, tirando algumas dúvidas com o pessoal do GRUPO ABENA (Que vem me ajudando bastante no manejo das minhas colônias), me aconselharam à não colocar a isca, pois não adiantaria e ainda iria atrapalhar o ferormônio da Abelha Rainha.

   Continuarei observando o comportamento delas no próximos dias, pois não se pode descuidar quando o forídeos estão por perto.


Entrada que foi tampada com cera alveolada para se organizarem internamente antes de saírem.



sábado, 19 de janeiro de 2013

Transferencia de abelhas Borá (Tetragona Quadrangula) para caixa racional.

#MINHAPRIMEIRAEXPERIÊNCIA


Esta foi uma das minhas primeiras experiÇencias com as abelhas, tronco resgatado a pedido de um amigo da área rural.




Hoje tirei o dia para uma tarefa que eu sabia que não seria fácil:
Resgatei um tronco de abelhas Borá (Tetragona Quandrangula), que também tem uma colônia de Jataís em um dos cantos à algum tempo e, hoje decidi transferi-las para caixa racional...
QUANTA ABELHA!!!!!!!!!!!!!!!
Me preocupa é que não consegui localizar a rainha.... foi dificílimo chegar até os quadros de cria, pois as abelhas Borá fazem um geo própolis  tipo da mandaçaia, só que com menos barro, é muito duro e com a ajuda do formão de apicultor e chave de fenda consegui chegar ao centro do ninho, que estava envolto de muito mel e muito pólen... elas ficaram bem agressivas e tive que colocar o macacão, o que dificultou enxergar um pouco também.
Na medida do possível consegui tirar tudo, inclusive 2 células reais que me pareciam meio "murchinhas" para uma realeira.(Todas as 2 iguais em tamanho, cor da cera bem madura).
Amontoei somente os quadros de cria nascente (Maduros) de ma forma que pudessem ficar espaços entre eles, e os que estavam verdes descartei.....
Não levei pólen nem mel para a caixa racional, pelo fato desta espécie ser bem vulnerável aos forídeos....
Tem abelha pra todo lado, inclusive no tronco e no chão e na caixa racional (esta tem mais), pois acabei derrubando um pouco de mel no interior do tronco (que retirei tudo mas ainda possui túneis feitos por elas, mel, e algumas abelhas transitando e comendo mel).
Retirei também as Jataís e passei para uma caixa racional, nesta transferi o involucro fechado (Verifiquei somente a posição dos quadros) e um pouco de batume que coloquei no canto. (A Jataí foi bem fácil)
Posicionei ambas, de modo que as entradas ficassem próximas de onde ficavam antes (no tronco).

*MUITA PILHAGEM ENTRE JATAÍS E BORÁS!!!!!

*CONTINUO PROCURANDO A RAINHA ENTRE OS DESTROÇOS!!!

TENHO DÚVIDAS EM RELAÇÃO ÀS BORÁ:

- NO FINAL DA TARDE, SERÁ QUE VÃO TODAS PARA A CAIXA RACIONAL???  (E SE A RAINHA ESTIVER NO TRONCO ENTRE OS TÚNEIS), POIS NÃO QUIS FICAR CUTUCANDO COM MEDO DE ACABAR MATANDO A RAINHA CASO ELA ESTEJA LÁ.

- IREI FECHÁ-LA E LACRAR A ENTRADA COM CERA DE ÀPIS (LAMINAS DE CERA ALVEOLADA) ATÉ QUE ELAS MESMAS RESOLVAM SAIR ROENDO A CERA.... DEVO COLOCAR ISCA PARA FORÍDEOS E ALIMENTO ARTIFICIAL?







quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

As abelhas sem ferrão Brasileiras. (ASF)




As associações mais freqüentes com a palavra “abelha” são flores, mel, trabalho, abelhas africanizadas, agressividade, cera (velas), inseto social, apicultura, própolis, pólen. Algumas das espécies de abelhas apareceram na Terra há mais de 100 milhões de anos, e desde então houve uma interação muito íntima entre as flores e as abelhas. As flores atraem as abelhas usando perfumes e suas pétalas vistosas, nas quais às vezes são encontradas certas marcas coloridas que indicam onde estão os nectários florais, glândulas que produzem uma substância açucarada, o néctar, recompensa açucarado apreciado pelos visitantes. As flores em geral também produzem grande quantidade de pólen, que são seus gametas masculinos, fonte de proteínas para os insetos. Deste modo, as abelhas procuram as flores para ali se alimentarem; através deste vôo de flor em flor, levam junto ao corpo os grãos de pólen e fertilizam as flores. Esta associação foi muita bem sucedida, e encontramos casos realmente especializados e extraordinários de polinização por abelhas. Embora o vento possa ser um agente polinizador, as flores polinizadas pelos insetos produzem frutos de melhor qualidade, com mais suco e melhores sementes. Mais de 3/4 da alimentação do homem é baseada em plantas polinizadas pelas abelhas.

 As abelhas mais populares no mundo todo são aquelas também encontradas nos produtos doces das padarias, cujo nome científico é Apis mellifera. Entretanto, há muitos tipos diferentes de abelhas. Estima-se em mais de 30.000 as espécies de abelhas do mundo. No Brasil, devemos ter cerca de 5000 espécies diferentes. Uma das características gerais das abelhas é a dependência integral de produtos florais.
Podemos tratar da diversidade de espécies de abelhas de várias maneiras diferentes. Uma delas é separar as espécies que são de hábito solitário, isto é, os adultos copulam, as fêmeas constroem um ninho, colocam ali o alimento necessário para o desenvolvimento de sua cria (um ovo colocado sobre uma mistura de pólen e néctar; a larva vai se alimentar desta mistura, e depois completar o seu desenvolvimento transformando-se em pupa e finalmente em um inseto adulto) e nunca vão conviver com seus filhos. A maioria das espécies de abelhas pertence a esta categoria. O outro extremo é ocupado pelas espécies altamente sociais, isto é, que vivem em sociedades muito bem organizadas onde existe uma rainha, responsável pela reprodução, operárias que se ocupam das outras tarefas do ninho, cuidado especializado da prole e uma sobreposição de gerações que pode permitir a uma mesma colônia viver por mais de 50 anos. As espécies sociais são menos numerosas, em torno de 1000 conhecidas até o momento.

Nas regiões tropicais estamos ainda na fase de inventariar as espécies de abelhas encontradas nos vários ecossistemas. Assim sendo, no Brasil já foram feitos cerca de 40 levantamentos faunísticos com metodologia semelhante, que nos permitem ter uma idéia preliminar de nossa fauna. As comunidades de abelhas são geralmente ricas em um determinado local: nos jardins do Instituto de Biociências da USP, no coração de S. Paulo, uma das maiores cidades da atualidade, por exemplo, há cerca de 132 espécies de abelhas. Na Estação Biológica de Boracéia , na Mata Atlântica de S. Paulo, este número sobe para 260. A alta biodiversidade é uma de nossas riquezas maiores. Aqui cabe, entretanto, um comentário: faltam especialistas para identificar as espécies, e parte delas nunca foi sequer descrita.

É comum encontramos nos trabalhos especializadas referências como espécie 1, espécie 2, 3, 4, etc., aguardando estudos mais detalhados. A análise das comunidades de abelhas , nas áreas tropicais, enfrenta a dificuldade do impedimento taxonômico, isto é, precisamos formar e empregar especialistas neste ramo.

A importância de se conhecer a comunidade de abelhas de um local e suas relações com as flores é grande: são os potenciais polinizadores de nossas áreas naturais e da agricultura regional. As abelhas podem ser especialistas em determinadas flores ou famílias botânicas, coletando com a máxima eficiência nelas e operando como polinizadores especializados, ou generalistas, isto é, visitam muitas espécies botânicas e as polinizam com menor eficiência do que as especialistas, mas não dependem exclusivamente delas para sua sobrevivência. As espécies sociais, que vivem durante o ano todo , são generalistas. Entretanto, as plantas visitadas por cada espécie da comunidade local vão variar com a abundância relativa de ninhos e de floradas, embora existam preferências de determinadas espécies de abelhas por espécies ou famílias de plantas. Na natureza existe um balanço de predominância de especialistas e generalistas em certas floradas. Uma vez conhecidos estes mecanismos, estas abelhas são intensamente estudadas, criadas pelo homem para aumentar a produção de culturas agrícolas e de alimentos.



Assim, por exemplo, a Megachile rotundata, espécies solitária, é importante polinizadora da alfafa do Hemisfério Norte. Já as abelhas Apis mellifera são os polinizadores generalistas mais utilizados no mundo todo, talvez por ser criada em todos os continentes. Apesar da Apis melliferaser o inseto social mais estudado do mundo, pouco sabemos sobre ela, de modo que é a abelha que serve de foco para estudos cada vez mais especializados. Na verdade, a Apis mellifera, por ser melhor conhecida, serve como parâmetro de comparação com as outras espécies sociais, cujo conhecimento biológico para a Ciência é ainda rudimentar.
Para a sobrevivência das espécies sociais, é muito importante conhecermos seus hábitos de vida.


 Assim, estudar onde fazem os ninhos, quais as premissas para construí-los, as faixas de distribuição geográfica (geralmente moldadas pela temperatura , umidade relativa e tipo de vegetação) e suas preferências florais, isto é , onde coleta o seu alimento, constitui-se no primeiro passo para programas de restauração ambiental ou de criação destas abelhas. Atualmente, estações meteorológicas digitalizadas, imagens de satélites e equipamentos de controle de dados ambientais (dataloggers) nos fornecem dados sobre as necessidades abióticas das espécies. Estes estudos nos levam também aos laboratórios de fisiologia do metabolismo e estudos bioquímicos de enzimas que atuam no vôo das abelhas. Já a análise das plantas visitada pode ser feita de modo indireto através de análise polínica do mel e do pólen coletado pelas abelhas e armazenado nos ninhos; são as bases para avaliação de importância ecológica relativa das espécies sociais nos ecossistemas, além de fundamentais para programas de restauração ambiental.

Estuda-se, em laboratório, principalmente as abelhas sociais nativas no Brasil pertencentes à subfamília Meliponinae. São cerca de 300 espécies de abelhas sociais que têm como característica comum à presença de ferrão vestigial, ou seja, não ferroam: defendem seus ninhos enroscando nos cabelos do observador, mordiscando a pele, etc. Existem no país todo. Conhecemos muito pouco a respeito da biologia de cerca de 30 espécies destas abelhas, e as outras são quase completamente desconhecidas pela Ciência, embora tenham sido cultivadas por algumas de nossas populações indígenas mais avançadas, daí o nome popular de abelhas indígenas sem ferrão.  Atualmente há grande interesse na criação destas abelhas por apicultores de todo país, os quais estão organizados em cooperativas e associações. Nos congressos de Apicultura, uma tradição no país por causa da produção de mel significativa da abelha africanizada, as reuniões e conferências sobre meliponíneos tem sido muito concorridas, servindo para divulgar os dados de biologia e estreitar os laços de cooperação entre apicultores e cientistas. Existe mesmo uma lista eletrônica de discussão sobre o assunto, onde os meliponicultores se organizam para o desenvolvimento do conhecimento regional.

Esta tendência de busca de conhecimentos regionais é mundial. Os meliponíneos do México estão sendo estudados por vários pesquisadores, assim como sua criação. O Codex maia, que cultua a abelha Melipona beechei como divindade, está sendo estudado e tem sido objeto de várias publicações; o uso de mel de abelhas indígenas como remédio para doenças do globo ocular vem deste tempo e passa pela tradição cultural de vários povos latino-americanos.

Estabelecido há cerca de 30 anos, o Laboratório de Abelhas do IBUSP abordou nas suas pesquisas os assuntos mencionados acima. Procuramos estabelecer uma linha de pesquisa inexistente até então, a do estudo das plantas visitadas por várias espécies de abelhas através da análise polínica.
Foram feitos levantamentos faunísticos, além de trabalhos essencialmente teóricos. Entretanto, sempre tivemos participação em programas de divulgação, em reuniões de apicultores, em trabalhos aplicados.  

AS ABELHAS DO BRASIL
Segundo classificação de Moure, no Brasil ocorrem 6 famílias de abelhas:



Estas 6 famílias podem ser divididas em 2 grupos:

1º- LAMBEDORAS: abelhas que lambem o néctar nas flores. Também chamadas de abelhas de língua curta (short-tongued bees):  Colletidae, Adrenidae e Halictidae.

Família Colletidae



São abelhas solitárias e geralmente especializadas nas plantas que visitam. Representantes desta família Colletidae são abundantes e mais diversificados na Austrália e na parte temperada da América do Sul. No sul do Brasil 44 espécies de Colletinae são conhecidas . Abelhas da tribo Paracolletini são comuns na região das Araucárias, e abundantes e morfologicamente diversas na parte sul do leste da América do Sul (sul do Brasil e Argentina). Poucas alcançam o norte e as áreas áridas do nordeste do Brasil. Gêneros mais comuns: Colletes, Hylaeus, Ptiloglossa, Tetraglossula (que visitam preferencialmente flores de Ludwigia), Perditomorpha (visitantes de flores de Malvaceae).

Família Adrenidae



São abelhas especialistas, comuns em áreas secas. A maioria dos representantes dos Andrenidae no Brasil pertencem a subfamília Panurginae. Entre os gêneros mais comuns estão: Anthrenoides, Panurginus, Callonychium, Panurgillus, Psaenythia, Parapsaenythia e Cephalurgus. A subfamília Andreninae é quase inexpressiva na América do Sul.

Família Halictidae


A família Halictidae é uma das mais diversificadas no Brasil. Abelhas desta família apresentam brilho metálico verde, azul, avermelhado ou mesmo negro. Possuem diferentes níveis de sociabilidade que vão do solitário ao subsocial. A tribo Augochlorini está bem representada nas áreas de floresta tropicais, possui sua maior diversidade no sul do Brasil e Argentina. Como exemplos de espécies de Halictidae bastante comuns e bem distribuídas nas regiões sul e sudeste do Brasil podemos citar: Augohlora amphitrite, A. semiramis, Augohlorella ephyra, Augochloropsis cupreola, A. cleopatra, A. sparsilis, Dialictus opacus, Pseudagapostemon pruinosus, Pseudaugochloropsis graminea, Neocorynura oiospermi, entre outros.

2º- SUGADORAS: abelhas que sugam o néctar nas flores. Também chamada de abelhas de língua longa (long-tongued bees):  Megachilidae, Anthophoridae e Apidae.

Familia Megachilidae


A família Megachilidae também é bastante numerosa. São abelhas de vida solitária, constróem seus ninhos com pedaços de folhas e restos vegetais ou utilizam orifícios em troncos. Abelhas desta família são encontradas com alta freqüência, principalmente em áreas abertas. Visitantes freqüentes das flores de Asteraceae e Fabaceae, o gênero Megachile é o mais diverso do grupo.

Família Anthophoridae


 A família Anthophoridae é extremamente diversificada. Geralmente são solitárias, mas muitas espécies vivem em agregação, construindo ninhos próximos uma das outras. Entre os Anthophorideos estão os:

Centridini. Grupo de abelhas coletoras de óleo. Centris e Epicharis são abundantes nos trópicos úmidos, no entanto, Centris estende-se ao sul até regiões temperadas da América do Sul. Segundo SILVEIRA & CAMPOS (1995), 36 espécies de Centris ocorrem no Cerrado de Minas Gerais.
Eucerini.Algumas espécies de Eucerini, como por exemplo: Gaesischia fulgurans, Melissodes nigroaenea, Melissoptila bonaerensis, Thygater analis e T. chaetaspis são bastantes comuns no sul e sudeste do Brasil.

Exomalopsini. É um grupo bastante diversificado. Muitos gêneros e subgêneros são restritos a regiões temperadas da América do Sul, onde encontram-se muitas espécies endêmicas. Dentro da tribo Exomalopsini, temos outras abelhas coletoras de óleo, por exemplo: Paratetrapedia, Monoeca, Lanthanomelissa e Tapinotaspis. Espécies de Paratetrapedia (Lophopedia) são numerosas na Mata Atlântica da região sul e sudeste.

Emphorini. Tribo de abelhas exclusiva do continente americano. Ocorrem em áreas abertas e nas terras baixas.Espécies mais comuns e de ampla distribuição: Melitoma segmentaria, Ptilothrix relata e Ancyloscelis apiformis.

Xylocopini. Esta tribo inclui as abelhas carpinteiras do gênero Xylocopa que fazem ninhos em madeira. Popularmente também conhecidas como mamangavas, são boas polinizadoras das flores de maracujá.
Parasitas. Há uma grande diversidade de abelhas parasitas entre os Anthophoridade, com diferentes estratégias de parasitismo.

Família Apidae.


Com seus hábitos generalistas e sua condição social, a família Apidae apresenta o maior número de indivíduos. Esta família possui alta diversidade em zonas quentes de baixas latitudes (trópicos úmidos) e há uma clara redução dos seus representantes de norte para sul. Na Mata Atlântica em São Paulo foram encontradas 40 espécies. Entre os representantes da família Apidae estão os Meliponinae, os Bombinae e Euglossinae.

Os Euglossinae estão mais ligadas a áreas de mata e o número de espécies da região sudeste para o sul diminui drasticamente. Machos de Euglossini visitam orquídeas para coleta de fragrância.

O gênero Bombus da subfamília Bombinae é mais diversificado no hemisfério norte, porém algumas espécies são bastante freqüentes  no Brasil: B. morio, B. atratus e B. brasiliensis. Também são conhecidas como mamangavas, as abelhas do gênero Bombus fazem ninhos no chão.

Os Meliponineos são abelhas eusociais sem ferrão com distribuição principalmente tropical. Segundo Moure há 2 grupos principais de abelhas sem ferrão: os Meliponini e os Trigonini.



Plantas e abelhas nativas
Neste artigo dicas sobre como atrair mais abelhas e outros agentes polinizadores para seu jardim ou plantação de maneira sustentável e orgânica.


 Praticamente toda planta necessita de agentes polinizadores, e com certeza, abelhas nativas ou indígenas estão entre os melhores. Sem elas os resultados seriam: menos flores polinizadas e menos frutos na Natureza, prejudicando consideravelmente a produção final seja de  um simples jardim até  extensas áreas agrícolas.

As abelhas nativas basicamente procuram duas coisas quando visitam suas plantas:
Néctar: substância viscosa e carregada de açúcares, principal fonte de energia para elas.
Pólen: que lhes proporcionam uma dieta balanceada de proteínas e gorduras.
Portanto, ao escolher suas plantas para o jardim, evite aquelas hibridizadas, produzidas em laboratório objetivando maior beleza e tamanho das flores, resistência a doenças e florações prolongadas. Muitas dessas hibridizações reduzem a produção de néctar e pólen resultando numa planta por vezes completamente estéril e inútil para abelhas nativas e outros polinizadores.
Outro fator a ser considerado é que a quantidade de néctar secretado pela flor de uma planta, depende de condições climáticas, como temperatura, e também a umidade e tipo de solo.

Escolhendo as flores certas
Para ajudar abelhas nativas e outros insetos polinizadores, como borboletas, você deve providenciar uma quantidade de plantas diversas com floradas sucessivas conforme a estação, possibilitando o continuo fornecimento de pólen e néctar durante todos os períodos do ano.
Para que isso aconteça, módulos ou canteiros de determinado habitat poderão ser criados no seu jardim e até nos quintais de sua casa ou propriedade rural, e indo além, nas praças públicas das cidades, jardins de escolas e canteiros centrais de avenidas e estradas. Mesmo numa pequena área pode-se cultivar plantas floríferas que beneficiarão abelhas nativas locais.
Atitudes individualizadas cultivando o verde é um fator importante, porque essa “colcha de retalhos de espaços cultivados” formando um mosaico de pequenos ou extensos jardins numa determinada região de sua cidade, serão de grande benefício para as abelhas locais e outros polinizadores.
 Não se esqueça de que plantas nativas floríferas de sua região, são as melhores para essa “jardinagem ou reflorestamento”, tanto que podem ser plantadas seja em áreas degradadas, em jardins públicos ou residenciais. Existem aquelas plantas antigas, praticamente relíquias, variedades perenes e ervas que podem ser boas fontes de néctar e pólen. Juntas, essas plantas formarão um atrativo jardim, seja para os polinizadores ou pessoas.
Não existe uma lista definitiva para plantas cultivadas e destinadas a jardinagem, consideradas padrão para todos os lugares. Cabe a você mesmo pesquisar em sua área de moradia quais as plantas que melhor adaptam-se ao local onde pretende ter seu espaço verde e associado a criação de abelhas nativas.

Abaixo alguns conselhos gerais da Sociedade Xerces sobre o que plantar para atrair mais abelhas nativas para seu jardim, além de borboletas e até pássaros.

1. Não use pesticidas.
A maioria desses venenos não são seletivos, assim seu uso indiscriminado poderá matar inclusive aqueles insetos ou bichos benéficos para o jardim. Se tiver que usar algum pesticida, comece pelos menos tóxicos,como aqueles em spray à base de água e seguindo sempre as instruções técnicas fornecidas pelo produtor e disponíveis na embalagem.

2. Use plantas nativas locais.
Pesquise as plantas nativas de sua região, que são infinitamente mais atrativas para suas abelhas nativas do que aquelas plantas exóticas. As plantas nativas são muito mais adaptadas às condições locais para seu desenvolvimento sem necessitar de muita atenção. Nos jardins com plantas e aquelas ervas cultivadas ao longo de gerações e do gosto familiar, podem ser uma boa forma de fornecimento natural de alimento às abelhas nativas.

3. Escolha plantas com diversidade de cores nas flores.
 Abelhas nativas possuem uma boa visão para cores para ajudá-las a encontrar aquelas que possuem néctar e pólen. As flores com maior poder de atração, particularmente são aquelas de cores: azul, púrpura (tom de vermelho acentuado), violeta, branca e amarela.

4. Plantas floríferas plantadas em maciços.
A floração de diversas plantas de uma mesma espécie juntas atrai muito mais abelhas que aquelas plantadas individualmente no espaço de jardinagem disponível. Dessa forma, onde espaços permitam, plante maciços em canteiros com um metro de diâmetro ou mais.

5. Inclua flores de diferentes tipos e tamanhos.
Como existe grande número de espécies de abelhas nativas no Brasil, também de diferentes tamanhos, inclusive aquelas abelhas e vespas solitárias (sem esquecermos de borboletas), com diferentes comprimentos de língua; portanto, conforme a espécie de abelha, irão alimentar-se de diferentes tipos de flores. Consequentemente, proporcionando-lhes uma ampla variedade de tamanho de flores, teremos mais abelhas de diferentes espécies sendo beneficiadas.

6. Tenha uma diversidade de plantas florescendo em todas as estações.
Muitas espécies de abelhas nativas são generalistas, alimentando-se de grande número de espécies de plantas durante todo seu ciclo de vida. Tendo diversas espécies florescendo pelo menos uma vez, com a seqüência de outras florescendo na primavera, verão e outono, estaremos propiciando alimento a outro tanto de abelhas nativas de espécies diferentes que voam à procura de alimento conforme as estações do ano.

7. Plantas que abelhas visitarão.
As abelhas nativas beneficiam-se de focos de luz filtrados entre a folhagem sombreada das copas das árvores e precisam de abrigo contra correntes de ar e ventos fortes. A copa das árvores está ligada ao seu ciclo de vida, incluindo nidificação natural nos troncos ou galhos com cavidades, sem intervenção humana.

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sábado, 12 de janeiro de 2013

Irapuá (Trigona spinipes)







Como nascem as Abelhas.




  
Três dias depois de ser fecundada a abelha rainha começa a desovar, botando um ovo em cada alvéolo. Uma rainha pode botar cerca de três mil ovos por dia. Durante o seu ciclo, as abelhas passam por quatro etapas muito diferenciadas:

•             Ovo.
•             Larva.
•             Ninfa.
•             Adulto.

Assim como as borboletas, sofrem uma METAMORFOSE, as larvas são muito diferentes dos adultos e seu corpo sofre mudanças muito importantes durante seu desenvolvimento.
Os ovos são formados nos dois ovários da rainha e, ao passarem pelo oviduto, podem ou não ser fertilizados pelos espermatozóides armazenados darão na espermática. Os ovos são fertilizados darão origem a abelhas operárias e dos não fertilizados nascerão zangões. Este fenômeno - do nascimento dos zangões a partir de ovos não fecundados - é conhecido cientificamente como partenogênese. Portanto, o zangão nasce sempre puro de raça, por originar - se de ovo não fecundado.

É interessante saber como a rainha determina quais os ovos que serão fertilizados, ou seja, darão origem a operárias, e quais os que originarão zangões. O processo se dá seguinte forma: as abelhas constroem alvéolos de dois tamanhos: um menor, destinado a criação de larvas de operárias, e outro maior, onde nascerão os zangões. Antes de ovular, a abelha rainha mede as dimensões do alvéolo com suas patas dianteiras. Constatando ser um alvéolo de operária, a rainha, ao introduzir seu abdômen para realizar a postura, comprime sua esperance, liberando, assim, espermatozóides que irão fecundar o ovo que será depositado no alvéolo. Caso a rainha verifique que o alvéolo é destinado a zangões, ela simplesmente introduz o abdômen no alvéolo, sem comprimir sua espermática, depositando assim um ovo não fecundado.
É importante que o apicultor saiba destas diferenças porque, caso o lote de esperma presente na espermática da rainha se esgote, todas as abelhas nascerão de ovos não fecundados, dando origem, portanto, a zangões, unicamente. Neste caso, o apicultor deverá substituir imediatamente sua rainha, para evitar que a colônia desapareça, pela falta de operárias, que garantem alimentação, higiene e demais serviços da colméia.